Breve

É assim, acho que não mereço o carimbo de deus, aqui nesse inferno, deus se chama cérebro, o Reino e os céus, são para acreditar somente.

Por quê? Por que ser vítima o tempo todo.

Por que tenho que fugir dos outros humanos?

Essas mãos, vão ter que fazer o serviço, pinceladas finas, exatas.

Serão cores de alívio e respiração.

No escuro em nós, todos os terrores existem, sem as gotas de luz que sobram da vida, vivo esse horror eterno, meus monstros, me devoram lentamente, porém sangro sem cessar, escorrem os sonhos, coagulam no chão os desejos, e eu não mereço, sequer misericórdia.

Sei quem são, escuto seus medos, carrascos do pavor, peço humilde, sem levantar os olhos, baixinho imploro, me coloco seu, mas, desça breve a mão negra dos escolhidos.