A luz

Estou pronto, cruzei a faixa do fim, não venci, mas completei.

Olhei todas as cores, e percebi todos os sorrisos.

Aprendi a ouvir o que não dizem, contemplando o silêncio conselheiro.

Eu fui tão longe, tão longe, os limites de tudo conheci, alguns tristes, alguns perigosos.

Entendi o que tentam decifrar, e ninguém sabe ainda, mas tudo que existe, é um filme do nosso cérebro.

Cheguei ao fim, digno de cansaço e sede, e no caminho, aprendi em todas as esquinas as maldades humanas.

Ninguém, ninguém mesmo, diz verdades o tempo todo, todos purulam suas nojeiras internas, todos escondem seus ratos mortos no bolso.

Eu e vocês, só podemos olhar...eu de dentro, e vocês de fora, os galhos secando neste inverno infinito.

Estou pronto, nada foi em vão, não fiquem tristes, nunca me vi nesse mundo, cada dia, cada minuto, foram tortuosos, difíceis, tristes.

Olhando o horizonte, meus olhos já se foram a muito tempo, partiram no sonho, dormiram nas nuvens, e me levaram daqui.