Alma
Parede crua, transeuntes
Página em branco, meus amigos
Minha memória perde aniversários
Que tal, Sr. Sincero,
O mundo é, sobretudo,
Essa bela megera impossível?
Dr. Jekyll, dei-me um gole desse antídoto
Já que estou* este monstro que não deu certo
Não entrei em acordo com o espelho
Ainda estou* esse animal doente e medroso
Incapaz de me ver em outros olhos
Somos ou estamos todos tripulantes amputados,
reféns da própria história e condição,
em Nau frágil (?)
Os réus são nossos compatriotas
Promessas que nunca vingaram
Prestarás as contas?
Vê?! Quebramos a cadeira!!
viu o cume
Mas imaginou aonde o iceberg iria engolir o mar?
Irás embora tão cedo?
Galho seco, sem a videira suas flores já não podem vingar
Esquerda ou direita só me dividem e me iludem, galo cego,
mas não me ensinam onde e como devo andar
Pobre homem! Descobriu suas máscaras tarde demais...
então percebeu desde pequeno quais utopias que alimentou
Partirás sem nada nos bolsos,
Mas para um país onde intraduzível é a saudade que no fim levou?
País frio, longínquo, feito de navios velhos e paisagens de gelo...
Serás apagado para sempre?!
O tempo fará todo este trabalho?!
Engolirá em seco?!
Meu Senhor, não!
Caímos todos do céu
E pequenos, no segundo ato,
choramos a nossa triste realização
Esqueci meu texto!
Dei meu braço a torcer
E nem assim descobri o x da questão
Tentei teimoso dobrar o mundo pelos meus próprios caminhos
Que só me fizeram ferir de muitos jeitos
Querendo ou não querido
Sou apenas mais um nessa coreografia
Ela velha e eu descuidado
Em direção ao cofre inevitável
Mas, distraídos ou não, dançamos
a louca dança do alívio ou do sacrifício
unidos ou ilhados em direção ao fecho...
Rompendo muros difíceis,
Esquivando das bocas de perigos
Encontramos com espinhos
Até chegar ao leito
E eu vos pergunto:
Guardado ou sozinho...?
Pedra de tropeço ou caminho...?
encontraste o sentido de tudo?