Delicadeza e reflexão

Fino traço, de mim se esvai, se mostra, me mostra e então se vai.

e eu que me enlaço, não sei o que mais, brisa leve, sonho que flui.

Das palavras soltas, do nó da garganta ao frouxo riso que me sai,

e das notas poucas, que ressoam e sinto então que por ele renasce.

Tao cauto, sereno. Tantos segredos contidos, tal qual baú antigo.

Tao moço, moreno. Tanta busca de ser o que não é, ainda menino.

Estranho, recuo. Por vezes me contenho, senti-lo qual meu amigo.

Meu sonho, atribuo. Exprimo e expremo de mim tudo o que é mimo.

Me doo, sou menina, sou louca, amante, sou mãe e ainda sou pouca.

Porque me escrevo, invento, em linhas diversas, me aprumo e sou bruma.

Aguardo, sou anjo da guarda zelando, orando. E ainda que eu ouça,

Ouve ele? Sim. Reconstruo, enlaço, moreno, menina, boca e espuma.

Somos os sol,

o sal,

E só.

27.12.2017

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 27/01/2018
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