Delicadeza e reflexão
Fino traço, de mim se esvai, se mostra, me mostra e então se vai.
e eu que me enlaço, não sei o que mais, brisa leve, sonho que flui.
Das palavras soltas, do nó da garganta ao frouxo riso que me sai,
e das notas poucas, que ressoam e sinto então que por ele renasce.
Tao cauto, sereno. Tantos segredos contidos, tal qual baú antigo.
Tao moço, moreno. Tanta busca de ser o que não é, ainda menino.
Estranho, recuo. Por vezes me contenho, senti-lo qual meu amigo.
Meu sonho, atribuo. Exprimo e expremo de mim tudo o que é mimo.
Me doo, sou menina, sou louca, amante, sou mãe e ainda sou pouca.
Porque me escrevo, invento, em linhas diversas, me aprumo e sou bruma.
Aguardo, sou anjo da guarda zelando, orando. E ainda que eu ouça,
Ouve ele? Sim. Reconstruo, enlaço, moreno, menina, boca e espuma.
Somos os sol,
o sal,
E só.
27.12.2017