A vida tem seu preço

A vida tem seu preço

A vida tem seu preço, sou mercadoria sem nenhum apreço
Estou exposto nas vitrines das esquinas por aí afora
Sou às vezes liquidado nos atacados, estou em promoção
Tenho a vida fracionada e meus sonhos estão em liquidação

Fui colocado a leilão, lance mínimo, mercadoria em desvalorização
Patinho feio sem chance de arremate, quem gritar mais alto leva, sou descarte
Sou daquele lote carimbado, aviso, pode ser descartado

Opa quero mudar de lado!

Quero a vida no atacado, tô cansado de varejo
Quero ser mercadoria de primeira, nada de xepa, e nem fim de feira
Não quero ser fruta murcha nas mãos do freguês
Fruta murcha vai pro lixo, e eu sou luxo

A preço de custo é pouco, quero uma vida de supervalorização
Nada de ir a leilão, nada de liquidação
Quero ser mercadoria de valor, quero ser vida sempre em exposição
Preço lá no alto, impossível de ser arrematado

Jonas Luiz
São Paulo, 07/12/17
 
Poeta Jonas Luiz
Enviado por Poeta Jonas Luiz em 11/12/2017
Código do texto: T6196029
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