Presente fechado
O presente que amarguro
diante da melancolia do antes
e das incógnitas do futuro
é desolador. Não o abro.
Não o vejo. Permaneço
amedrontado no interior
desta caixa que guardo
entre um baú sem conteúdo,
pois o já consumi e contudo
mantenho-me da ilusão
de ter sido mais doce
do que realmente foi;
e um cofre que se abre ronceiro
no girar de um ponteiro.