Qualquer lugar melhor
Dando alguns passos entre essas paredes
Só, longe de tudo o que há lá fora
Abrigada do frio mundo do qual faço parte
Mas, com desespero, busco dele me afastar
E por isso, tornei-me mestra na arte
De sumir, sentir o tempo se arrastar...
Vendo tudo de fora
Vendo quem chega e quem parte
Afogando-me sempre à parte
E a todos – apenas – vendo passar...
Aqui, meu mundo inocente
Dentro dessa atmosfera alegre e
Docemente, sentindo – pela janela aberta
O risonho sol entrar
Rodeada de calor
Passeando os olhos por cada canto
A alegria que vem da cor,
Contrapõe-se ao, agora tão comum, cinzento...
Envolvida nessa atmosfera de paz
Isolada da ganância feroz
Não tomo parte na futilidade mordaz.
Apesar de sofrer suas conseqüências
Não é – a mim – possível
Fazer com que seja ouvida minha voz...