Fantasmas da chuva
Os raios trovejavam,
Os ventos adentravam.
As gotas começavam a cair,
E eu desejava fugir.
Minha pele congelava,
Meus pensamentos flutuavam,
Sentada na escada,
Vazia e abandonada.
Eu olhava o chão
E aqueles pingos caindo,
Bate forte, estremecendo,
Como o coração pulsando.
Minhas unhas ruídas,
Minha alma consumida
Pelo fantasma da chuva,
Que marcava minha solidão.
Não havia pessoas ao redor,
Eram almas sem pudor.
Os demônios queriam aparecer,
Enquanto eu só queria esquecer.
Meus cabelos dançavam,
Na mesma direção que os ventos,
E eu via meus pedaços ao relento,
Desperdiçados, como sentimentos.
O fantasma da chuva
Estava em meu caminho.