A Sintonia das Sombras
Verso 1
Eu olho ao redor e só vejo cinzas,
Um eco vazio que ninguém escuta,
Nessa cidade fria e sem cor,
Carrego nas costas meu próprio pavor.
Memórias pesadas, correntes no chão,
Arrastam meu corpo, despedaçam meu coração.
Em cada esquina, um rosto sombrio,
Todos perdidos num vazio ameaçador.
As sombras dançam, me puxam pra baixo,
Um abismo sem fim, onde me encaixo?
Cada suspiro é um grito calado,
Em meio ao caos, me sinto isolado.
Essa é a sintonia das sombras,
Onde a dor ecoa e ninguém se importa.
Grito em silêncio, mas quem vai ouvir?
Preso na noite, sem ver o sol surgir.
Verso 2
Às vezes penso em desistir,
Fechar os olhos e parar de fingir.
A dor constante, um laço apertado,
Que me prende em um ciclo quebrado.
Cada batida do peito é um golpe pesado,
Lutando em vão, com um fardo amarrado.
As vozes sussurram, tentam me guiar,
Mas só me afundam, não posso escapar.
As sombras dançam, me puxam pra baixo,
Um abismo sem fim, onde me encaixo?
Cada suspiro é um grito calado,
Em meio ao caos, me sinto isolado.
Quem sou eu sem essa dor que me toma?
Um vulcão perdido, sem forma, sem forma.
Procuro saída, mas só vejo escuridão,
Aprisionado nessa prisão.
E no fim, resta apenas o vazio,
Um grito mudo, perdido no frio.
A sintonia se cala, mas a dor persiste,
Um ciclo eterno, que nunca desiste.