Não, tu não me deste companhia, ó ser
Não, tu não me deste companhia, ó ser
Que viesse passar uns dias comigo...
Do céu não caiu nenhum amigo
Que viesse dar-me a mão e caminhar.
Nem mesmo do inferno, do abismo
Subiu maléfico diabo enraivecido,
Que fosse ouvir minhas injúrias
Que me levasse a um mal caminho.
A solidão paga-se sozinho,
O labor dos dias quentes da semana...
A repetição dos dias que vêm e vão
Sem alívio e sem diversão.
Por isso, ó ser que me criaste
Não faço outro senão sobreviver
Não quero gentes a notarem-me passar
Pois o que busco, sempre buscarei sozinho.