Maio
Suave e sibilante sussurram notas eólicas
As folhas secas que caem sentimentais
Num último bailar se insinuam sensuais
Repousam em reminiscências melancólicas
Em degrade de cinza, lento, avança o dia
Consubstancia-se nos tons de preto da noite
Que tudo cobre e tudo transforma em acoite
Sob o frio da sóbria estação que definha
Pouco a pouco todos os contornos somem
Sem pressa o silêncio e o oblívio consomem
Cada palavra e gesto que compunha a litania
Dos que erram solitários privados do sono
Na frialdade da sonata cadenciada de outono
Na celebração da mais profunda misantropia