O lobo e o homem

Na floresta da vida há um animal,

Que vaga solitário na imensidão,

A procura de um refúgio matinal,

Pois seu pranto reside na escuridão.

Noites de lua se prosta a chorar uivando,

Sua deserção da matilha involuntária,

Esquecido pelo caminho vai andando,

Desanimado, uma figura ordinária.

Um lobo abandonado em seu destino,

Vive a vontade que não pode encontrar,

Procurando nos espaços seu escrutino;

A matilha que um dia lhe ensinou a lutar.

Ele sabe que quando o inverno chegar,

Seu maior inimigo será a solidão,

A fome e o frio poderão até lhe matar,

Mas na matilha os lobos resistirão.

O espírito lobo no homem habita,

Não é o frio ou a fome que poderão lhe matar,

Na solidão o homem morre do que hesita,

Por achar que nada restou para amar.

O homem apartado de sua matilha,

Chora o sofrer sob a água de seu chuveiro,

E só com ele suas mágoas compartilha,

Fazendo deste espaço seu cativeiro.

O homem e o lobo seguem pela vida,

Egressos da matilha sem compaixão,

Buscam a sobrevida no amor contida,

Querendo da matilha a resignação.

JarbasTaboza
Enviado por JarbasTaboza em 06/09/2024
Código do texto: T8145560
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