Esse inverno que não passa
Ultimamente eu tenho fugido drasticamente da vida
Embora ela tenha me procurado a todo instante,
Apelando por minha existência e utilidade no meio.
As dores que me consomem invadem minhas entranhas,
Limitam meus pensamentos e paralisa meu corpo.
Tenho lutado tanto contra mim.
Sinto meus dedos em dificuldade, eles que são os instrumentos para esse relato.
São dores por toda parte
A ausência do abraço
A presença do estanho
E o meu corpo, que por ora só diz querer descansar
Esse inverno que não passa
Essa provocação a vida que não aparece
Em mim não consigo me encontrar
Busco no alheio o motivo para me animar
Mas o alheio não estar
E o socorro que vem da sertralina
Parece o brilho de uma estrela, numa noite de céu nublado.
Tenho medo e é o meu medo maior: de num instante eu achar que essa dor tenha razão