Sozinho
Ando sozinho por muito, muito tempo.
A companhia de amigo já é sombra;
Me acostumei, no entanto, com esta sina
De ser sozinho e não ter alguém.
Acostuma-se, juro-te,
Ó ser agoniado,
Andar só tem suas belezas,
Seus mistérios na inação.
Não há mão que apareça quando eu cair,
Em qualquer buraco que me chegue aos pés.
Anda e anda sem perguntar-se de ontem,
De hoje, do futuro, do que fizeste até aqui.
Melhor ser assim,
Não dar valor a nada
Que não seja teu sossego
E tua paz de alma...