SOLIDÃO


A madrugada chega sorrateira
E de tão fatigada parece anciã...
Vem tragar a angústia derradeira
Minha triste companheira, alma irmã...

Dona das minhas noites insones
A saudade vem rondar meus passos
Incitando-me a chamar o teu nome
Persigo desejos vãos, sonhos escassos...

Como se fora o meu cruel açoite
Vem dominar o meu coração 
De mansinho na calada da noite
Afugentando a minha inspiração...

Encontro-me com o sono, já é dia!
O travesseiro é o meu acalanto...
Aquele amor tão grande era utopia
Restou-me a solidão, triste engano...