O Amigo de Todo Mundo

Sou amigo de todo mundo

Ninguém é amigo meu.

Tiro o amargo de mim

Em palavras intragáveis

Crises vis e incontáveis

Aproximam-me do fim

Penso muito no irreal

Deterioro meu apreço

Reflito se mereço

Conhecer o meu final

Sou amigo de todo mundo

Ninguém é amigo meu.

Ofereço sempre afago

Ombro amigo, mil conselhos

Que embaçam os espelhos

Dos reflexos que trago

De minh'alma, já surrada

Embebida pelas chagas

Derrotada pelas mágoas

Mas pra eles, não diz nada

Sou amigo de todo mundo

Ninguém é amigo meu.

Dia surge, ao sol-raiar

Ardendo, sempre em vontade

Urge só necessidade

Ao escurecer chegar

Porém, neste, não me acho

Além de próprio vazio

Aliado a vento frio

Ressoa o meu choro, baixo

Sou amigo de todo mundo

Ninguém é amigo meu.

Só restou a solidão.

Nada mais, solidão.

Nada mais, solidão.

Nada mais

Do que

Solidão.

Sou amigo de ninguém.

Ninguém é amigo meu.

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 25/04/2022
Reeditado em 25/04/2022
Código do texto: T7502943
Classificação de conteúdo: seguro
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