Que se fez

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Se a vida fosse um talvez;

e se o ódio que se liquefez

fosse o sopro do que o amor fez.

Então, o mágico encanto se desfez;

o mágico encanto, talvez,

da vida que se liquefez.

Se o tempo urge para vocês.

Se um instante demora um mês.

Se a veste não revela a tez.

Então, o que se quer dessa vez

é que a pele se desnude, talvez,

todos os dias, de vez.

Se sou ilusão descortês,

da vida que não se vive a três;

se você quis fazer, e não fez,

freguesia mesquinha com o freguês.

Então, eu desci uma linha, não seis,

Buscando a folha despetalada, talvez.

Viajando de Fortal para o Crato (no ônibus)

11/02/07, 22h53min