Medo da solidão
Já quis entender os meus medos
Mas todos me fogem à razão.
E como água por entre os dedos
Escapa à qualquer explicação.
Tenho medo do meu passado
Dele eu quero e procuro esquecer
E do meu belo sonho encantado
À vida coube já se desfazer...
Tenho medo do meu futuro...
Tento olhá-lo por entre a fresta.
Um pequeno clarão no escuro
Não sabê-lo é o consolo que resta.
Tenho medo do meu presente
Ele não veio do Polo Norte.
Nem de Campanha beneficente
Tampouco o atribuo à sorte.
Os meus medos são inerentes
À minha grande insegurança
Não são medos inconsequentes
Como os receios de uma criança
São medos quase palpáveis
De não ter o amor de quem amo
E os meus sonhos inalcançáveis
Eu questiono e sempre reclamo.
Se tenho receio da desilusão...
Mais ela teima em me castigar.
Me acorrenta nesta solidão...
E à minha alma obriga a vagar.
Fechando a porta do meu coração
Com o medo dentro a me magoar.
Adriribeiro/@adri.poesias