Ser Líquido...

Não sou fácil.

Nem quero sê-lo!

Sou das dificuldades de infância,

Que se tornaram conquistas na fase adulta.

Sou dos trocados poucos, prontos!

Para arcar com as contas ...

Afinal de contas, são tantas coisas a contar!

Mas, contar para quem?

A infância já se perdeu dentro de mim.

E a fase adulta suporta tudo, calada.

Alada. Mas com asas paradas

Pelo peso da responsabilidade.

Exacerbada, por hora, cansada.

Quantos gritos cabem no silêncio?

Humanamente, perdi as contas!

Segurar o mundo alheio... Não deixar a peteca cair!

Sorrir, mesmo sem mostrar os dentes!

Sorria! Você tem tudo!

Contudo, falta-me a mim!

Assim, num cafuné sem pressa.

Num elogio despretensioso.

Nervoso, meu coração pulsa descompassado.

Amassado como rascunho.

De punho cerrado num soco de direita...

Aceita que dói menos, menina!

Olha a diplomacia e elegância!

Mantenha distância dos problemas e dos palavrões!

Que se danem as etiquetas!

Minhas maricotas dançam Ragatanga, querendo eu expressar

Toda essa minha ânsia de ser eu mesma!

Oh! Pobre criatura!...

Doçura só se encontra na lata de açúcar,

Guardada na geladeira, longe das formigas.

Amigas que, quando necessário, se fazem presentes.

Mas a ausência é maior que a presença física.

É solidão em meio a madrugada!

Porque discutir com a humanidade é estressante.

Você está bem, querida?

Sim, eu respondo.

É muito mais fácil responder que sim...

Do que explicar os motivos de não estar...!

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 31/03/2021
Código do texto: T7220841
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