Solitário
Eu na solidão do meu quarto
escrevo poesias à lembrança
de Vinícius de Moraes.
As escrevo na esperança saudosa
de que só, eu não seja mais.
Tenho os olhos carregados de
lágrimas nunca, deveras, choradas.
Mas que dentro de mim fazem estardalhaço
como o confuso batucar das trovoadas.
Sou ventania que sopra na cálida
noite fria, um suave e solitário canto.
Sinto-me ausente de mim e pouco
a pouco algo em mim, perde o encanto.