Versos que pousam na janela da alma

Borboletas - assim querem ser chamados.

Voam, migram, cruzam os continentes nas minhas entranhas,

chegam, fazem ninho, habitam e morrem em mim.

Os versos sempre voltam ao lar, às vezes combalidos, amputados de rimas, com métrica adoecidas, com estrofes arranhadas

ou com olheiras de noites que lhe roubaram o sono.

Não importa a estação ou a hora.

O tempo não lhes rouba o viço, força ou sentimentalismo.

Quando os versos retornam com suas asas , às vezes robustas, às vezes alquebradas, eles procuram por janelas abertas, livre de trancas, tapumes ou grades.

Lá eles pousam e permanecem pelo período que lhes convém

fazendo poesia que abastece de esperança uma alma moribunda

blindado-a da pior de todas as mortes.

Biscoito com Coração
Enviado por Biscoito com Coração em 05/03/2021
Reeditado em 17/03/2023
Código do texto: T7199489
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