Sofrimento melífluo

Dentro do quarto, senti o colapso:

A agonia da existência nos quatro cantos de concreto

E a repulsa nojenta de ouvir o coração em diástole

Meu companheiro, um roedor

Que rói a madeira do armário e

Ri do meu choro, sabe que não receberá chumbo

Pois eu tomaria antes mesmo de compartilhar

Esse local que repouso

Tornou-se um zoológico de pragas

Sendo eu, a pior de todas elas

Ouça o soar, meu amigo

Tum-tum....tum-tum...tum-tum..

O meu corpo, serve de hospedeiro

Para a pior das onomatopeias.

J Sousa
Enviado por J Sousa em 08/07/2020
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