real solidão

A solidão se abre para a noite,

Tão real quanto todas as minhas razões abstratas,

Um mistério à vagar longe da carne,

Rosas que encravadas na minha alma florescem,

E se abrem terríveis e fatídicas,

Como um beijo há muito desejado da mulher amada,

Apenas para mostrar a minha verdade solitária,

Meus passos apenas as pegadas do ridículo,

Toda a minha essência apagada,

Numa busca invisível,

Num exercício de futilidade, e fuga, e enganos,

E erros empilhados de forma astronômica,

Vivendo uma vida entre dois mundos,

Contrastes surgem feitos de assombração,

A solidão certamente vai me engolir,

Em uma profunda calmaria de um mar desabitado,

As vontades carecem carregadas de descrença,

Meus sonhos já não transparecem,

Eles se desfazem, perdem o sentido,

Esquecidos de seus sentimentos,

Eles desaparecem,

Solidão, eu tentei meus atos de desapego,

Mas eu fui feito para ela,

Ela é a minha condenação,

Meu drama, minha insatisfação,

Ela é todos os meus destinos, e a minha inexistência,

Ela é a minha solidão conformada,

Ela é real, inevitavelmente real,

Ela é o meu abrigo de eterno luto

mary constance
Enviado por mary constance em 30/06/2020
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