Mendigo carinhoso (26.09.2015)
Abraços...
Cá estou eu a mendigá-los
Estes, porém, vazios são
Quando o único que faz valer a emoção
Que consolava, acolhia
Completava... Tudo
Se foi... Ou está indo, não sei
Algo guardado havia
Porém, não sabia se bom ou confuso.
Talvez devesse ser contra a Lei
Pois viver sem abraços, beijos, sorrisos...
Bom... Não é viver...
É ir morrendo
Aos poucos aos poucos
Aquele abraço cheio... Carinho e amor...
É, se foi ou está indo, como disse.
Ah!, e que digam "Normal é essa dor"
Mas, ainda que ela o fosse,
De nada adiantaria, continuaria forte
Perdurando, assim, até a morte.
Sim! Morte! Não de corpo, mas de alma
Mesmo que peçam "Mantenha a calma",
De nada adiantaria
Pois morrendo também estaria
Meu coração sofrido
E, mesmo que não tenha muito vivido,
De nada valeria continuar
Somente para sobreviver
E, ainda assim, sendo para chorar
E continuar a sofrer
Pelo abraço completo
Que de mim não está, ou não estaria, mais repleto...
Queria muito poder voltar ao tempo
Tempo este em que tudo era mágico,
Lindo e esperançoso
Hoje, este tempo só causa um choroso
Em que tudo pode ser tido como trágico
E no qual me largaram ao relento.
Paulia Barreto