Tudo a seu tempo
Um dia seremos apenas nós dois,
não haverá sonhos, amigos,
ansiedade... nenhum outro impulso,
tudo dará lugar ao teu aconchego.
Entrelaçados para sempre,
de mãos dadas,
seremos duas abstrações
ocupando o mesmo lugar
no imenso nada.
Daremos o abraço derradeiro
e assim ficaremos
sem o mínimo hiato
entre mim e ti.
Terás enfim tua recompensa,
toda a minha atenção
pela eternidade adentro...
Mas ainda não é tempo,
mantém a tua intermitência!
que certamente nada te custa,
porquanto és feita de paciência,
oh, persistente solidão.