DIVERGENCIAS
Me falam belas
Palavras e
Agem horrivelmente
Sorriem para mim
E me fazem chorar
Me explanam
Sobre flores
E me dão espinhos
Que me ferem
Me dizem
EU TE AMO
E me provam
Que me odeiam
Fazem tudo
Pra que eu acredite
Que se importam
No entanto
Provam que
Não tenho o
Menor valor
Me pedem pra
Sonhar, porém
Me jogam nos
Mais terríveis
Pesadelos que já tive
Me imploram
Pra acreditar
Mas não fazem
Nada pra que isso
Aconteça
Me dizem que
Devo seguir
Adiante, mas
Ninguém me ensina
Como e tão
Pouco caminha
Ao meu lado
Me pedem pra
Cantar, pois
Quem canta seus
Males espanta,
Porém tiram
De mim
A música da
Minha vida
Dizem coisas
Agradáveis de
Se ouvir
Mas fazem coisas
Desagradáveis
Ao extremo
Se mostram
Belas taças
Por fora, mas
Percebo o lodo
Fétido do seu
Mal caráter
Através de suas
Ações
Me convidam
Para me distrair
Mas me oferecem
Apenas sensações
Efêmeras que
Não me levam
A lugar nenhum
Dizem que são
Meus amigos
Mas se mostram
Os mais terríveis
Inimigos que
Se pode ter
Me falam
De uma fé inabalável
E se mostram
Totalmente
Desprovidos dela
Discursam sobre
A verdade
E me dizem
Mentiras escabrosas
Me ferem no
Fundo da alma
E me pedem perdão
Olham pra mim
Como se eu fosse
Perfeita e estivesse
Acima de todas
As coisas e
Agem como
Se eu fosse
Um verme
Asqueroso
Me mostram
O céu e me jogam
No inferno das dores
Que sinto
Me falam sobre
Respeito mútuo
E me tratam
Com o maior
Desrespeito
Que se pode tratar
Alguém
Divergências de
Seres inescrupulosos
E sem sentimentos
Divergências de
Criaturas perdidas
De si mesmas
Que da vida
Só querem
Tirar vantagem
Dizem que não
Me esquecerão
Quando em verdade
Nunca pensaram
Em mim verdadeiramente
Juram que querem
Meu sucesso
Mas torcem pelo
Meu fracasso
Me pedem
Pra ter força
E não passam
De pessoas fracas
Me falam de
Esperança e me
Dão a desilusão
Me pedem carinho
E compreensão
E me dão desamor
E falta de entendimento
Divergências
De pessoas vãs
E pueris
Zair Batalha
14/10/2007