Do fôlego
Interessa-me tua alma impura.
Ela livra-me dos meus desastres racionais,
dá-me a luz dos vícios,
redime nossa monarquia sem coroa desses nossos desejos,
loucos para virarem sonhos reais.
Posso andar a teu lado
consumindo teus passos?
Me abraça.
Chora minha dor, mesmo que fingidora,
sem lágrimas dessecadoras,
porque já não tenho mais face inteira.
Um homem vive só
na solidão dos silêncios mais profundos,
a olhar pela janela, o mundo...
a sentir-se só na multidão, descalço.
Na quarta estrofe deste verso,
nada mais sou do que um ser perverso
que deu as costas ao mundo,
Inspirou profundo e morreu sem ar.
Poema inédito (08/11/2019)
Paulino Vergetti