FOGO

Tu é estrela guia,

que brilha com sua luz em meio à vasta escuridão;

Chama que não queima,

mas aquece os desgarrados;

Já eu? Sou brasa;

Uma fagulha insignificante,

perdida em meio às luzes que me cercam,

incapaz de aquecer nem a mim mesmo;

E nosso sentimento sopra como vento,

que bagunça e desequilibra;

Mas por ser brasa e não chama,

incapaz de me encontrar,

ajoelho-me perante mim e aos outros;

E meu vento somado ao seu,

torna-se ventania,

que incendeia a brasa;

Contudo,

isso não me faz chama,

mas fogo,

incêndio que destrói tudo o que toca;

Não aqueço, mas não sou mais aquecido,

porque queimo, e sua chama já não é nada,

se comparada ao meu fogo que te afasta.