Alma Mofada

No galope do tempo, de encontro ao fim

Haviam cartas e flores mortas ao chão

Entre o mofo das paredes a chorarem

E o relógio quebrado, sem ponteiro, sem platéia

Havia janelas emperradas, suplicando mãos firmes

Mãos outrora hábeis a abrir garrafas, levantar brindes

Agora covardemente seguram o gatilho e travam

Na cabeça um pensamento se espalha maligno

Ao olhar o chão tão limpo, sujo apenas de suas próprias pegadas

Em cômodos infestados com seu cheiro, tão conhecido e sem graça

Onde não há fotos, apenas mobília velha ,como ele

Tão rico, tão nobre, agora tão triste, feito um pobre

A sonhar o impossivel,talvez um céu católico

Ou de bom grado um circulo do inferno dantesco

Onde não haverá saudade e nem recomeço

Os dados já pararam, o sangue vai parar

Ao tempo não implorarei, tenho que ter Enfim ja estou caído, entregue e vencido, atropelado pelo tempo

Morrer talvez não doa, viver está me matando

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 17/08/2019
Código do texto: T6722758
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.