Alma Mofada
No galope do tempo, de encontro ao fim
Haviam cartas e flores mortas ao chão
Entre o mofo das paredes a chorarem
E o relógio quebrado, sem ponteiro, sem platéia
Havia janelas emperradas, suplicando mãos firmes
Mãos outrora hábeis a abrir garrafas, levantar brindes
Agora covardemente seguram o gatilho e travam
Na cabeça um pensamento se espalha maligno
Ao olhar o chão tão limpo, sujo apenas de suas próprias pegadas
Em cômodos infestados com seu cheiro, tão conhecido e sem graça
Onde não há fotos, apenas mobília velha ,como ele
Tão rico, tão nobre, agora tão triste, feito um pobre
A sonhar o impossivel,talvez um céu católico
Ou de bom grado um circulo do inferno dantesco
Onde não haverá saudade e nem recomeço
Os dados já pararam, o sangue vai parar
Ao tempo não implorarei, tenho que ter Enfim ja estou caído, entregue e vencido, atropelado pelo tempo
Morrer talvez não doa, viver está me matando