DESEJO OBTUSO
Eu não acredito na verdade.
Talvez seja um sofismo demasiado,
Ou um poema enrolado...
Mas não é a realidade.
Vejo túneis e estradas, tão belos...
Vejo prédios, mais prédios e castelos.
Vejo ruas construídas no horizonte.
Só vejo a face entediante.
E olho com pesar para os elementos
Que me fazem rir e chorar por dentro,
Não só isto... Vejo em parte,
Mas quiçá verei face a face.
Ora, pois, que sentido tem tudo isto?
Será tudo que tenho visto?
Ou estou cego pela fantasia
Da fúria, da nostalgia...
E com atitude inútil e confusa,
Tenho me colocado nesse relato,
De dia em dia, de ato em ato.
Até que eu mesmo me iluda,
Com as escritas que produzo e edito.
E me vem um sonho confuso,
E o tenho revisto,
Sem porca, nem parafuso.
Mas com dilema fora de contexto,
Para conseguir um pretexto
De acabar com tudo...
Por um desejo obtuso.