O VIOLÃO E A CHUVA
dedilho meu violão
lá fora a chuva fina cai
tristeza de mim não sai
neste imenso salão
os acordes se repetem
a voz não soa bem
só eu, mais ninguém
em lágrimas que vertem
páro a música triste
e olho pela vidraça
na mão seguro a taça
mas a tristeza insiste
o violão fica de lado
comigo apenas o vinho
consolo de homem sozinho
em um canto desolado
volto para o sofá
a chuva lá fora continua
tirando o brilho da rua
que no escuro está
meu violão me chama
nele dedilho algumas notas
de melodias bem remotas
antes de ir prá cama
gosto da chuva caindo
do meu violão na sala
só que a tristeza me cala
dedilho quase dormindo
meu passatempo me cansa
mas mesmo assim agüento
com ele eu me sustento
minha vida porém é mansa