VAGO
Não me surja
quando há anos
já me alimento
olhando o vazio
da cadeira,
quando a estrada
esburacada
já está cheia
do meu silêncio,
quando o trabalho
já se entope
sozinho de números,
quando esse copo
já entorpece
sem eu beber,
na verdade
não me surja
que eu já me esqueço
até de respirar!