Do Recanto Divino ao Submerso Profano

Em momentos de fervuras árduas

O meu todo se despedaça

Já não sei mais por onde começar

Pois até meu começo já se acabou

Portento eu não sou

Portento de fracasso somente fui e sou

A impetuosidade de minha vida escarnece o que sobra

A perpetuidade do fracasso é fixa

Hoje já não sei mais se mereço sobreviver

Pois de vida somos somente peões a esticar a corda de enforcamento

Dos arrependimentos que matam eu já esgotei as vidas após a morte dos cemitérios

Da vergonha de habitação nem carente hoje posso ser

A via árdua em minha vida a trilhar já não sei se posso mais aguentar

Da direção certa a seguir as rachaduras do errado já ficou embutida no certo

Da vida que me deram, já não sei mais se mereço esse título

O fracasso e a tristeza percorrem a face de minha alma, pois o seu coração já virou pó.

Cristiano Gonçalves
Enviado por Cristiano Gonçalves em 19/05/2017
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