verão sem sol
tão inconstante como o sol
que às vezes não vem e vadia
de graça, é o meu rouxinol
do canto que me arrepia
a chuva que alegra a roseira
sedenta de paz e alegria
deixou no telhado a goteira
depois de mentir que viria
nas vezes que olho o portão
fechado, tristonho, me vem
a imagem da desilusão:
saber que não chega ninguém
é como esperar o verão
do sol que esperava também