IRA DA MENTE
Mentira
Ment – ira
Ira da mente
Foi tudo que fui capaz de desmembrar
Pois tudo se faz por não se lembrar
Por fingir que não sabe que um dia fui seu.
Seu poeta,
Seu príncipe das letras enfeitiçadas.
Seu divã.
Agora um simples banco de praça abandonada.
Jogado aos corvos ou colibris.
Aos abutres ou falcões.
Pequeno volátil,
Inútil,
Mínimo.
Nessa terra eu só,
Reduzido à míngua.
Reduzido ao pó.
Conduzido à língua.
Sem preceitos e nem escapatórias.
Mas, sou grande dentro de mim,
Sou grande dentro de minha ira,
Sou gigante e ao mesmo tempo pequeno,
Pequeno demais côa sua mentira.