A solidão...

Aquele homem velho que viveu sozinho,

que dormiu e chora só, que amou sozinho;

que de tão sozinho se amou mais e mais...

Aquele homem carrega toda a solidão do

mundo sobre os seus ombros; depois, mais

tarde, a solidão veio morar nos seus olhos...

A alma, de tão só, nem se desespera, atura;

Afeiçoa-se a ser ferida de morte a cada noite,

E, não morre, tolera e finge-se forte e segue...

Ele recebe a visita diária de dois passarinhos,

e este momento é a festa da sua vida; escuta

mudo aquele cantar melódico e sorri, ainda...

Nas suas noites pálidas e pacatas as estrelas

dançam no chão do seu quarto. Ele adormece

nos braços da saudade da vida que não viveu!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 06/02/2017
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