A solidão...
Aquele homem velho que viveu sozinho,
que dormiu e chora só, que amou sozinho;
que de tão sozinho se amou mais e mais...
Aquele homem carrega toda a solidão do
mundo sobre os seus ombros; depois, mais
tarde, a solidão veio morar nos seus olhos...
A alma, de tão só, nem se desespera, atura;
Afeiçoa-se a ser ferida de morte a cada noite,
E, não morre, tolera e finge-se forte e segue...
Ele recebe a visita diária de dois passarinhos,
e este momento é a festa da sua vida; escuta
mudo aquele cantar melódico e sorri, ainda...
Nas suas noites pálidas e pacatas as estrelas
dançam no chão do seu quarto. Ele adormece
nos braços da saudade da vida que não viveu!