Poema que não quis escrever
Não quero fazer esse poema
No entanto o faço
Esse poema que vem do mim tão farto
vem de minhas retinas
atrevidas e cegas
Esse poema nasce, de fato
Do desprezo que carrego nos braços
A tamanha impropriedade,
A nulidade inata que rói
Amargurando esse peito
Que dói, dói numa luta
Uma luta sem força
Só quietude e cansaço
Não quero escrever
Mas o faço