Pelo Condado

O dia estava muito frio e eu vinha de braços cruzados

cabeça baixa a olhar meus próprios passos

vinha devagar quase meditando sem olhar para os lados

nas janelas silenciosas ninguém, apenas vasos

dentro de mim também um vazio

parecia que todos sentimentos estavam parados.

Quis assim ficar

fazer parte de todo exterior

quieto e frio, tudo parar

mas algo se agitava como um furor

te encontrava sentada dentro de mim à me olhar.

como a me dizer ainda não teve um fim.

O frio congelado e meu corpo encolhido

o gelo transpassava pela minha alma

tive tanto medo e chorava lá no fundo

sem que ninguém soubesse ... eu segurava minha própria palma

numa solidão medonha, caminhava.

Pelo Condado em ruas silenciosas

só eu e você! Sentada dentro de mim

me olhando como a mim culpar das coisas

que eu também não sabia sem fim

seu olhar parecia às janelas me transpassar

me levando onde eu mais temia.

Nosso amor lá não estava

eu tive muito medo

tudo se perdia encolhido e gritava

estraçalhando o "gelo"

nosso olhar quente ainda estava.

Riana Braga
Enviado por Riana Braga em 17/04/2016
Reeditado em 01/05/2016
Código do texto: T5608137
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