Lágrimas de Desejo
Sem fruto, terra morta
Perdeu o sentido, sem hora
As margens do rio, uma horta
De dores aterradas, memória
Descrita e pulsante natureza
Lágrimas frias, boque sem beleza
Revestido de dor e fraqueza
De um remoto passado, avareza
Um choro, adubo para terra
A esperança resgatou a verdade
O prenúncio de chuva na serra
Tocou meu desejo, alarde
Semeando amor nesse suplício
A vida se perdeu em resíduos
Luz interna apagada, um precipício
De inocência perdida, início
Os instantes, segundos, pensante
Um futuro inquietante, prevejo
Retomo um instinto olhar, errante
Amanhecera em mim, lágrimas de desejo...