O poeta e a solidão

Solidão

Prisão de quem deseja a liberdade

Realidade de quem foge da mentira

Mira de um ser que atira na escuridão

Solidão

Riso entristecido de um palhaço sem razão

Solidão

Momento que realça o imaginário

Cenário que na escuridão muda de cor

Solidão

Fuga dos inconformados

Poetas, cancioneiros, condenados

Solidão

Demônio que aprisiona o bem

Que faz refém os fracos e os anjos de alma pura

Solidão

Paixão, tortura

Sutura que não cicatriza

Solidão

Balcão de bar

Altar de pássaros aflitos

Solidão

Sujeito oculto em meio a uma oração

Solidão

Sombra da razão

Magia, pânico, fumaça

Saliva quente derretendo a massa

Solidão

Escravidão de um ser à dialogar consigo mesmo

Tortura de quem segue a esmo a procurar por deus

Solidão

Solidão, solidão, mil vezes solidão