Espinheiro.

A esperança que colhe o Narciso,

Surtas seus brilhos na taça do poeta!

Pintando o seu muro converso,

Refugias o tempo no casulo!

Aça nos sóis, da turva obreira,

No punhal de sua sombra astral;

Soa o verde trigo plantado;

Andando nos gritos das querências.

Sob a escrava nascente das águas,

Cominam as suas madeixas soltas,

Se empolga na sua quietude.

Cá, vão as tormentas cruas famintas,

Engolindo, a estação das borboletas;

No colgue do seu crivo espinheiro.

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 25/06/2015
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