MEDOS
No luto, na solidão, nos braços de uma madrugada mal dormida,
O pôr do sol que transforma as nuvens nos altos céus em tons avermelhados,
E faz o vento acariciar a pele no mais frio suspiro,
Para alguns uma poesia do fim do dia, para outros o despertar da escuridão da noite.
Nenhum caminho leva ao nada, o vazio também é um lugar,
Mas os labirintos dos pensamentos podem aprisionar sonhos de liberdade,
Quem dirá os erros e os acertos?
Quem levantará o cansado e caído a beira do caminho, coberto pelo manto da vergonha?
Um inimigo chamado "eu" que sustenta as mais tortuosas incertezas,
O mundo girou, mas você está no mesmo lugar,
Preso em uma teia de desesperos ,
A mão no reflexo do espelho, também é sua, também com medo.
Ursos de pelúcia, cama confortável, você nela a repousar ,
Um adulto com alma de menino, com medo do escuro,
Pouco a pouco tomado pelo sono, que sonha em um remédio para as desventuras,
Com ânimo de moribundo, mas dono de fracos suspiros para mais uma vez recomeçar.