MEDOS

No luto, na solidão, nos braços de uma madrugada mal dormida,

O pôr do sol que transforma as nuvens nos altos céus em tons avermelhados,

E faz o vento acariciar a pele no mais frio suspiro,

Para alguns uma poesia do fim do dia, para outros o despertar da escuridão da noite.

Nenhum caminho leva ao nada, o vazio também é um lugar,

Mas os labirintos dos pensamentos podem aprisionar sonhos de liberdade,

Quem dirá os erros e os acertos?

Quem levantará o cansado e caído a beira do caminho, coberto pelo manto da vergonha?

Um inimigo chamado "eu" que sustenta as mais tortuosas incertezas,

O mundo girou, mas você está no mesmo lugar,

Preso em uma teia de desesperos ,

A mão no reflexo do espelho, também é sua, também com medo.

Ursos de pelúcia, cama confortável, você nela a repousar ,

Um adulto com alma de menino, com medo do escuro,

Pouco a pouco tomado pelo sono, que sonha em um remédio para as desventuras,

Com ânimo de moribundo, mas dono de fracos suspiros para mais uma vez recomeçar.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 24/06/2015
Código do texto: T5288792
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