SOLIDÃO EM TARDE DE CHUVA

Tarde de chuva

tento olhar através

da janela, não consigo,

nada vejo além...

Apenas ouço, passos

apressados do vai vem.

Penso em silêncio.

Queria tanto que um

daqueles passos apressados

fossem do meu bem.

Solitária, me vejo chorar,

sinto me faltar o ar,

nada me resta a fazer

apodero-me de papel

e lápis me ponho a escrever.

Escrevo, rabisco, traço traços

sem ter nada a ver.

A chuva continua, os

passos sessaram,

no turbilhão das águas

minha palavras se calaram.

Minha solidão era tanta

que não me deixava pensar,

voltei a janela, apenas pra olhar,

eis que um vulto apareceu,

era um vulto de alguém

que pensei em estar morto

mas que na verdade não morreu.

SONIA BRUM

Sonia Brum
Enviado por Sonia Brum em 31/05/2015
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