Complicações cotidianas
Descia as escadas correndo
E quando mais descia mais distante do térreo ficava
Cada andar tinha situações diferentes, estranhas e confusas
Parei em um andar me atiro de joelhos no chão
Questiono-me o “Por que?” disso tudo
Gritando ao ar implorando por respostas
Procurei em livros, perguntei às pessoas
Mas tudo se diversificava ainda mais
Eu fiquei ainda mais desorientado
E distante dos meus objetivos
Vejo toda minha vida tomar rumos diferentes
Família para o leste, amigos pro oeste, trabalho no sul, minha garota seguindo pro norte
Como não podia correr para todos os lados corri para o norte
Começo não conseguia alcançá-la gritava
E ela parecia surda não olhou para trás em nenhum instante
Até que cansei de gritar a retornei às escadas
Descansei e retomei a descida sem cessar
Após determinado tempo minhas pernas se cansaram
Paro para preencher os pulmões de ar
Encostado no corrimão vejo o fim da escadaria
Porém me parecia impossível de alcançá-lo
Nesse momento me ataca a ideia mais absurdo
Resolvo me atirar no vão da escadaria
Olha a distância penso duas vezes
Duas vezes foram insuficientes
Me atirei numa queda longa
Durante minutos vi tantas coisas em cada andar
Pensei ser uma alucinação
Até que milésimo de segundo me choco com o chão
Uma pancada muito forte já não vejo nada
As coisas que vi na escadaria estão meio distorcidas na memória
Não me recordo muito bem como cheguei até aqui
Mesmo assim me levando e saio caminhando
Com os músculos das pernas um pouco doloridos