Complicações cotidianas

Descia as escadas correndo

E quando mais descia mais distante do térreo ficava

Cada andar tinha situações diferentes, estranhas e confusas

Parei em um andar me atiro de joelhos no chão

Questiono-me o “Por que?” disso tudo

Gritando ao ar implorando por respostas

Procurei em livros, perguntei às pessoas

Mas tudo se diversificava ainda mais

Eu fiquei ainda mais desorientado

E distante dos meus objetivos

Vejo toda minha vida tomar rumos diferentes

Família para o leste, amigos pro oeste, trabalho no sul, minha garota seguindo pro norte

Como não podia correr para todos os lados corri para o norte

Começo não conseguia alcançá-la gritava

E ela parecia surda não olhou para trás em nenhum instante

Até que cansei de gritar a retornei às escadas

Descansei e retomei a descida sem cessar

Após determinado tempo minhas pernas se cansaram

Paro para preencher os pulmões de ar

Encostado no corrimão vejo o fim da escadaria

Porém me parecia impossível de alcançá-lo

Nesse momento me ataca a ideia mais absurdo

Resolvo me atirar no vão da escadaria

Olha a distância penso duas vezes

Duas vezes foram insuficientes

Me atirei numa queda longa

Durante minutos vi tantas coisas em cada andar

Pensei ser uma alucinação

Até que milésimo de segundo me choco com o chão

Uma pancada muito forte já não vejo nada

As coisas que vi na escadaria estão meio distorcidas na memória

Não me recordo muito bem como cheguei até aqui

Mesmo assim me levando e saio caminhando

Com os músculos das pernas um pouco doloridos

Thinho Ribeiro
Enviado por Thinho Ribeiro em 24/04/2015
Código do texto: T5219206
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