Entardecer grifado
Tudo que sei.
Se é que sei...
pois navego num mar de intensas dúvidas.
Tudo que sei...
é que não posso
dizer-lhe o que ocorre...
Meu silêncio enigmático
é semântico e doente
por perseguir algum sentido.
Tudo que sei
É que entre uma vaga e outra...
há um espectro de verdade.
E para cada ouvido atento,
há uma verdade conveniente
prestes a ser digerida
Há de ser deglutida.
Interiorizada pelas frestas da alma.
A alma e lama têm muito em comum...
A lama é água misturada com a terra.
A alma é corpo misturado com o espírito.
É a essência pastosa
de sentimentos, pensamentos
e hormônios.
Tudo que sei.
Que irei partir.
Estou de malas prontas.
Estou com a lama da alma
pronta
para erigir monumentos.
Podem não vê-los.
Podem não tocá-los.
Mas, existem.
Contundentemente existem.
E são tão concretos para mim.
Tão absolutamente palpáveis.
Que esse incômodo
é a poesia
que escorre de minhas mãos...
espalha-se pelos olhos.
E, deita-se displicentemente
na linha do horizonte.
E quando entardece...
riscando de vermelho o dia.
Grifa delicadamente o
significado das ações.
Dos afetos ou emoções.
Tudo que sei
que no mar de dúvidas
e tormentos.
Há um cais e um alento.
A poesia salva vidas e mortes.
Para a vida dá colorido e sentido.
Para a morte dá história e prestígio.
Até para morrer precisamos
de algum conhecimento.
Precisamos da eternidade medida.
Em anos, meses, dias e minutos.
Precisamos da estreita vantagem
de saber da morte,
de conviver com a morte.
E no drible,
ser sobrevivente.
Poeticamente sobrevivo.
Contemplar o fóssil.
E arqueologicamente
deixar vestígios...
Bebendo licores da primavera.
Catando as folhas caídas do outono.
Congelando sentimentos no inverno.
E derretendo almas no verão.
E, o sol não abandona a tez alva.
Fica indelevelmente rubra.
Como se estivesse
escrevendo na pele,
um bilhete romântico
composto de luz e cor.
Tudo que sei.
Se é que sei...
pois navego num mar de intensas dúvidas.
Tudo que sei...
é que não posso
dizer-lhe o que ocorre...
Meu silêncio enigmático
é semântico e doente
por perseguir algum sentido.
Tudo que sei
É que entre uma vaga e outra...
há um espectro de verdade.
E para cada ouvido atento,
há uma verdade conveniente
prestes a ser digerida
Há de ser deglutida.
Interiorizada pelas frestas da alma.
A alma e lama têm muito em comum...
A lama é água misturada com a terra.
A alma é corpo misturado com o espírito.
É a essência pastosa
de sentimentos, pensamentos
e hormônios.
Tudo que sei.
Que irei partir.
Estou de malas prontas.
Estou com a lama da alma
pronta
para erigir monumentos.
Podem não vê-los.
Podem não tocá-los.
Mas, existem.
Contundentemente existem.
E são tão concretos para mim.
Tão absolutamente palpáveis.
Que esse incômodo
é a poesia
que escorre de minhas mãos...
espalha-se pelos olhos.
E, deita-se displicentemente
na linha do horizonte.
E quando entardece...
riscando de vermelho o dia.
Grifa delicadamente o
significado das ações.
Dos afetos ou emoções.
Tudo que sei
que no mar de dúvidas
e tormentos.
Há um cais e um alento.
A poesia salva vidas e mortes.
Para a vida dá colorido e sentido.
Para a morte dá história e prestígio.
Até para morrer precisamos
de algum conhecimento.
Precisamos da eternidade medida.
Em anos, meses, dias e minutos.
Precisamos da estreita vantagem
de saber da morte,
de conviver com a morte.
E no drible,
ser sobrevivente.
Poeticamente sobrevivo.
Contemplar o fóssil.
E arqueologicamente
deixar vestígios...
Bebendo licores da primavera.
Catando as folhas caídas do outono.
Congelando sentimentos no inverno.
E derretendo almas no verão.
E, o sol não abandona a tez alva.
Fica indelevelmente rubra.
Como se estivesse
escrevendo na pele,
um bilhete romântico
composto de luz e cor.