DESAMPARO DO ABANDONO
Como criança na estrada, percebo que meu destino é caminhar só, desamparado ao abandono.
Ninguém está disposto á me ouvir, também, não quero falar com ninguém.
Me pergunto: O que fazer, por que é que sou assim. Talvez a resposta eu descubra no fim.
Não gosto disso, queria ser mais livre. Mas, mais que isso á vontade eu nunca estive.
Talvez o que me define, seja o que me deprime.
O que foi traçado pelo destino, já foi escrito, não há o que fazer a não ser seguir seguindo.
Há algo em mim que grita, mas gosto do som baixo que me tranquiliza.
Pessoas semelhantes se ajuntam, será que é por isto que sou deste jeito?
Há poucas pessoas com as quais me identifico, será por isso?
Sei que não sou, e não somos perfeitos.
Mas, será que nos entendemos, mesmo falando o mesmo idioma?
Creio que não, amontoados de palavras não resultam em soma.