Discursos que duelam.
Olhares que esgrimam.
Corpos que detonam
mísseis de adrenalina.
Palavras que disputam
atenção
e gritos que compõem a 
trilha sonora do desespero.

Violências sub-reptícias
no embate diário.
Onde não se dorme.
Onde não há descanso.
Há ironias e farpas
dilacerantes de ódio gourmet
Raiva requintada
flutuando livre nas bolhas
de champanhe.
Induzindo a embriaguez
necessária e anestésica.

Para encobrir ferimentos,
chagas e dores
substituindo por outros incômodos
Substituímos a dor cerebrina
pela estomacal.

A agressão comezinha
pelo lirismo incidental.

Palatável e implícito.
Vencer é secundário.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/12/2014
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T5070272
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