POEMA – 40

E QUANDO ME DISSESTE que estavas febril,

Vi o céu desabar sobre os meus sentimentos...

Saiba, ó menina, que temo por ti!

De mãos atadas eu estou sem poder fazer nada_

Uma oração é tudo quanto posso fazer

Mesmo não sabendo orar_ o instante instiga.

Posso ouvir a tua dor ecoar nos meus ouvidos,

Mesmo distante ela me faz ensurdecer!

Perturbado eu estou, o medo me faz calar;

Faz-me lembrar as muitas dores já sofridas...

Desesperado eu imagino o teu corpo sobre o leito,

E num espanto os meus olhos lagrimam...

Senti o quanto o teu coração acelerou,

Fazendo-te gemer em ais tão soluçantes...

Eu nada posso fazer para que não sofras,

Inerte eu permaneço distante deste acontecido_

A dor, de tão grosseira parece não cessar,

A febre te toma por inteira.

Não sei dizer ao certo a cor da dor

Que de tão viva açoita a alma da menina _

Quando ela corta a carne até sangrar,

É então que nos mostra a sua vermelhidão...

Em silêncio eu balbucio, clamando a Deus por ti!

A dor é forte_ a tua febre também arde em minh’alma.

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 23/09/2014
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