Asas de sombras
Mais uma lua passa
De cheia se mingua, se esconde
E de invisível ela cresce, e a cheia passa novamente
Mais um mês de solidão
Dias insanos de quimeras sem paixão
Momentos de sonhos, sonhados em vão...
Tempo que caminha a esmo
Sem qualquer trilha escolher
Com ele me leva cegamente
Rumo a um lugar que nem sequer existe...
Essa lua chora lágrimas brilhantes
Que drapejando um lindo veludo negro
Espalham-se pelo céu
Um céu sombrio
Morada dos anjos negros que me rondam sempre
Que velam meu sono
Que abrandam meu sofrer
Ah! Como queria também eu possuir essas asas de sombras
Para voar além das pálidas nuvens que adornam suavemente essa noite fria
Ver a lua mais próxima
E ser banhada por seu luar
Anjos, meus anjos negros
Venham me buscar...