SOLIDÃO

A solidão se alojou no coração estilhaçado

Pelas agruras de uma paixão ingrata

Que depois de jurar amor eterno

Parte arrancando do peito a esperança.

Mas quem é a solidão

Senão uma multidão de pensamentos

Que devastam a alma?

É triste a solidão?

Não, triste é o solitário

Que sofre a amargurada desilusão

Do abandono

E vive no ermo, sem rumo

Aguardando a volta de quem não vem.

A solidão é amiga, companheira

Ela sim é feliz!

Anda constantemente bem

Ou mal acompanhada.

Soberana e majestosa

Está sempre atenta ao coração sufocado

Que clama por piedade

Ah! Solidão!

Não abandone o solitário

Para que na melancólica desesperança

Haja um refrigério na alma

E em sua companhia

Padeça o sofrimento deixado

Pelo pérfido amor.

Preencha o vazio que ficou no peito

Do sorumbático e desprezado coração.

Fique solidão e lhe faça companhia.

Até que surja uma nova ilusão

E outra vez lhe jure amor eterno.

Nádia Mourão
Enviado por Nádia Mourão em 17/05/2007
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T490500
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