SOLIDÃO
A solidão se alojou no coração estilhaçado
Pelas agruras de uma paixão ingrata
Que depois de jurar amor eterno
Parte arrancando do peito a esperança.
Mas quem é a solidão
Senão uma multidão de pensamentos
Que devastam a alma?
É triste a solidão?
Não, triste é o solitário
Que sofre a amargurada desilusão
Do abandono
E vive no ermo, sem rumo
Aguardando a volta de quem não vem.
A solidão é amiga, companheira
Ela sim é feliz!
Anda constantemente bem
Ou mal acompanhada.
Soberana e majestosa
Está sempre atenta ao coração sufocado
Que clama por piedade
Ah! Solidão!
Não abandone o solitário
Para que na melancólica desesperança
Haja um refrigério na alma
E em sua companhia
Padeça o sofrimento deixado
Pelo pérfido amor.
Preencha o vazio que ficou no peito
Do sorumbático e desprezado coração.
Fique solidão e lhe faça companhia.
Até que surja uma nova ilusão
E outra vez lhe jure amor eterno.